Pontocom

30/06/06

Pronto: Quarto Piso está de casa nova e oficial. Eventualmente, com layout decente também.

Pra quem curte um RSS, tem feed novo.

Vai pra lá.

Prêmio ‘bolas de ouro’

28/06/06

O assunto do dia, pra quem já cansou de discutir o jogo de ontem ou comparar o tamanho do pau com o do Ronaldo, foi a performance artístico-cara-de-pau que aconteceu na Avenida Paulista, durante Brasil X Gana.

O flashmob (lembra disso?) partiu da Casa das Rosas, com seis pelados cheios de tinta pelo corpo, passeando a esmo pela avenida. Arte, né?

Eu não vi. E provavelmente você também não, já que estávamos todos babando naquela partida chata. Mas um fotógrafo fez o favor de publicar imagens no Flickr, com direito a making of e momento Abbey Road.

Let’s make love and listen

27/06/06

É sempre bom ver bandas interagindo com a paisagem inútil de São Paulo. Tipo Cansei de Ser Sexy, tocando no meio do tosco Minhocão em cena do clipe de “Let’s make love and listen Death From Above”, que caiu na rede hoje de tarde e (lógico) foi parar no Youtube.

O vídeo foi bancado pela Sub Pop, que lançou o primeiro disco da banda no hemisfério norte dia 11, e dirigido pela americana Cat Solen (Bright Eyes, Cake e Death Cab For Cutie no currículo).

O resultado é ótimo. À altura da música, uma das melhores do disco.

Sacadinha? Pelo menos uma, pausando lá pelos dois minutos: as meninas homenageiam os citados Death From Above 1979, vestindo as mesmas trombas da ilustração na capa do primeiro álbum da banda.

CSS + Death from Above

Ilustra que, aliás, lembra muito as estampas de animais mutantes que miss Lovefoxxx produziu para a marca Amonstro, lá por 2003. Mas não achei nada pra linkar, então esquece.

E sempre bom lembrar: CSS toca no Sesc Pompéia na quinta agora, 29.06. Show de despedida, antes da turnê americana + Diplo + Bonde do Rolê. Tiliga.

Madonna diz ‘tchau’

26/06/06

E aí, você ainda tinha alguma esperança de ver Madonna tocando no Brasil? Pois já era.

O balde de água fria veio da própria Planmusic, que tinha prioridade no contrato da loira por essas terras. As negociações foram enterradas por problemas de "agenda pessoal" da cantora.

Sacou, benzinho? "Agenda pessoal".

Por enquanto, a Confessions Tour morre no Japão. E ponto.

Vive la Fête @ São Paulo, o show

26/06/06

Vive la Fête @ SP, foto Adelaide Ivánova 

O Vive la Fête tem uma estranha história de amor com o Brasil. A dupla belga, formada em 97, passeia em um universo fora do circuito indie europeu, mas à margem do hype industrial. Ganhou notoriedade no começo dos anos 2000, quando virou xodó do mundo jetsetter da moda, tocando ao vivo em grandes desfiles e recebendo elogios rasgados de estilistas. Ao mesmo tempo engrossou o coro do neo electro safado, adotado pelos modistas na época e enterrado hoje em dia.

Por aqui, escorrendo para fora do ambiente fashion, Els Pynoo e Danny Mommens foram atração do festival pernambucano Abril pro Rock, em 2004. Surpreenderam audiência e crítica, conquistaram aqueles que olhavam torto para a “dupla de electro-rock” e saíram do palco abençoados. Mas, como tudo parece precisar de uma consagração no sudeste cabotino, ainda faltava a aprovação ao vivo da paulistada.

Continue lendo »

Klaxons @ Curitiba?

21/06/06

Depois da confirmação de Violent Femmes para o lineup do Curitiba Rock Festival em setembro, ontem, mais a vontade ferrenha do Ladytron de também congelar no frio paranaense, fui atrás do terceiro nome aboletado pelo blogue de Lúcio Ribeiro nas suas previsões sobre o evento: Klaxons, da Inglaterra.

Na resposta, a banda foi rápida e taxativa: "Ouvimos falar que vamos tocar em um festival por aí, mas nossa produção não sabe de nada!". Mais direto, impossível.

O recado continua: "Se você souber quem está espalhando isso, peça pra que entre em contato com a gente, assim podemos viver o sonho brasileiro."

Taí. A bola rola e o jogo continua.

Madonna, a novela

21/06/06

O braço brasileiro da Confessions Tour é pauta fixa da coluna de Ancelmo Góis, no Globo. Em dezembro, ele já tinha avisado que a loira vinha pra cá no segundo semestre deste ano. As datas, anunciadas em abril, paravam no Japão.

Depois de boatos quase semanais sobre as negociações, lá veio Góis novamente. No fim de semana, confirmou a assinatura de contrato com a Planmusic (que já trouxe U2 e Rolling Stones no começo do ano) com a produção de Madonna.

Ontem, final da tarde, o blog Gente fashion, do Globo Online, deu mais detalhes: dois shows, Rio e São Paulo, substituindo Tóquio como o local de encerramento da turnê. Ou seja, só no final de setembro.

Logo depois, a notícia respingou na Folha Online, que dispensou a afetação e foi mais factual. Ou seja, de confirmado mesmo, não tem nada. Ainda rola uma bela burocracia pelo meio do caminho, já que a loira ainda tem que aprovar os lugares dos shows.

Só espero que tenham desistido da idéia estúpida de colocar esse show de graça em Copacabana, como os Stones.

Mulé pelada

20/06/06

Da série "esses meus amigos são um barato".

Gosta de mulher pelada? Olha aí Joana Gatis, gostosa do mês no site da Trip. Gosta de arte? Presta atenção nas fotos.

A pelada eu não conheço, mas a Ivánova fotógrafa é das boas.

Violent Femmes @ Curitiba

20/06/06

Mais um ponto pro Paraná: Violent Femmes está confirmado para o Curitiba Rock Festival. A bola veio primeiro de Lúcio Ribeiro (que também botou Klaxons no meio), mas agora a banda confirmou na agenda do site oficial, dando até data: primeiro final de semana de setembro.

Claro que isso não quer dizer muita coisa, vide o recente caso Ladytron. Tudo sempre pode mudar.

Vive la Fête @ São Paulo

19/06/06

Os Vive la Fête chegaram ontem em São Paulo, para os shows (um privé) que fazem por aqui, no fim da semana.

Vai foto cagada da coletiva de imprensa, há pouco:

Vive la Fête @ SP, foto Eduardo Viveiros

Não, não faça essa cara. A banda carrega um bocado de valor. Tem seu quê 'electro vagabundo', sim. Mas o lado 'evolução natural da chanson francesa' vale mais. E olha que eles são belgas.

No encontro breve, Els Pynoo (que é ela) e Dany Mommens (ele, claro) se mostraram o contrário das personas que encarnam no palco. A loira é racional e ponderada, nenhum desvario bombshell. Ele, por outro lado, varreu a coolness pra baixo do tapete, respondendo a todas as perguntas com vários fucks (que a tradutora se recusou a aportuguesar), com seu estado naturalmente chapado.

Nos discursos, uma ou outra curiosidade sobre o nascimento do casal-banda, dos bastidores das composições, esse lenga lenga. Mommens garantiu que largou de vez seu emprego como baixista do grupo dEUS ("aqueles filhos de uma puta") para se dedicar de vez ao Vive.

O momento mais importante foi quando ele pregou o fim das bandas-laptop – garantindo que eles, que tocam ao vivo com mais três músicos, soam mais rock no palco. "De que adianta fazer uma música boa se você não consegue tocá-la ao vivo depois? É uma enganação", disse. "Sabe as Chicks on Speed? Odeio! Fazem ótimas músicas, mas não sabem reproduzir".

De Brasil, aquele assunto inevitável, parecem saber pouco. "Estou lendo Paulo Coelho agora, vi em algum lugar que é o escritor mais importante daqui", disparou Els. Musicalmente, ela se redimiu ao não citar Mutantes (troféu!), desviando para Gilberto Gil e dizendo que adoraria gravar um dueto com Elza Soares (que ouviu pela primeira vez hoje). Ele, mais hard, preferiu Sepultura e o DJ/produtor Zé Gonzales, que nem os brasileiros conhecem direito.

No fim, perguntei se Mommens se achava tão talentoso e charmoso quanto Serge Gainsbourg, inegável influência direta da banda. Os dois se embananaram em elogios ao francês, se classificando como "idiotas" perto dele. Els, nada burra, disse preferir a inspiração de Jane Birkin, dispensando Brigitte Bardot.

Ele feio e bêbado, ela loira. É a reencarnação literal de Gainsbourg-Birkin, o dueto mais pop da França, nos anos 00. E belgas!

Belos personagens, portanto.

O podcast é o guia

19/06/06

A idéia é genial, de tão simples: um site que mostra a programação de shows na sua cidade, com um link direto para um mp3 da banda, e ainda disponibiliza um feed direto para o podcast individual da área, com todas as atrações.

Muito melhor do que confiar em rótulos que, hoje em dia, querem dizer cada vez menos. E o conteúdo dinâmico ainda livra de ficar folheando guias impressos, principalmente se você tem um mp3 player bem sintonizado.

Aqui: Podbob. No ar há quatro meses, funcionando basicamente com os EUA – mas está com a interface prontinha para outros países do hemisfério norte. A agenda principal vem de outro site, Eventful (que, por sua vez, atualiza sua programação via RSS das casas. Outra bela sacada).

O conteúdo ainda não é dos melhores, mas tende a crescer com a onda user generated, se o site pegar. Nas buscas, só aparecem os shows que tenham um mp3 vinculado – em Nova York, por exemplo, a agenda vem com apenas três citações em dois meses.

E para evitar qualquer problema com RIAA e essas bobagens de copyright, o site não abriga nenhum arquivo – só faz apontar para músicas distribuídas nos sites de artistas e gravadoras. Ainda não pegam sites a la Myspace, mas isso deve mudar em breve.

Perfeito para ser comprado pelo Google. Imagina isso somado ao Earth, o estrago que seria.

Copa dos infernos

19/06/06

Deixando bem claro: eu não acompanho a Copa do Mundo. Dormi durante o segundo tempo do primeiro jogo. E ontem, fiz questão de sair da cama só depois do apito final.

Se não acompanho, mal dou atenção ao noticiário sobre ela. Mas claro que Copa é tipo Big Brother: você sempre fica sabendo da movimentação básica, queira ou não queira.

Por essas e outras é um alento ter alguma coisa online sobre o assunto que, pelo menos, me divirta: blog coletivo do combo da Badtrip.

Os comentários são todos bem embalados. Ouro atual para a campanha 'Hermeto na Copa: por cornetinhas com tom definido'. Depois de passar a tarde de domingo sendo infernizado por todos os tipos dessas coisas, só assim pra encarar com bom-humor – e resistir à vontade de esvaziar a geladeira em cima dos chatos que bateram ponto sob a minha janela, fazendo o barulho de elefantes no cio.

1990s em São Paulo, já foi

18/06/06

Chegando agora do show dos 1990s, aqui do lado de casa, no 2em1. Noite ótima, como sempre é com essa raça escocesa. A vibe era quase uma coisa família.

1990s @ São Paulo, foto Adelaide Ivánova

Mais detalhes, mais tarde.

Mas aí, onde está o público de rock desta cidade? Todo mundo sempre reclama (com razão) dos preços exorbitantes cobrados pelos shows gringos por aqui.

Então quando uma boa banda aparece, com ingresso na base dos R$ 12,50 (!), a casa não lota?

Aos diabos.

Sessenta e quatro

18/06/06

Post mais manjado de todos, por pura falta de tempo. Mas não se pode deixar passar em branco o aniversário mais lembrado do rock: 64 anos do velho safado.

When I'm sixty-four

When I get older losing my hair,
many years from now,
will you still be sending me a valentine,
birthday greeting, bottle of wine
If I'd been out till quarter to three
would you lock the door
Will you still need me
Will you still feed me
When I'm sixty-four

Continue lendo »

Bussunda

17/06/06

Não tem coisa mais chata do que falar sobre morte de humorista.

Mas, friamente, a morte do Bussunda tem o mesmo peso que a morte do Zacarias, em 1990. Muda apenas a geração dos espectadores.

Só espero que ao contrário dos Trapalhões, que afundaram na própria tentativa de manter o coletivo esburacado, os cassetas percebam o não-futuro do programa. Não vejo o Casseta & Planeta sobrevivendo sem um do grupo.

A barrigada da Bizz

14/06/06

Com a Internet à mão, é quase irresistível usar as fontes online para apimentar uma matéria. Problema é quando o jornalista não se preocupa em checar as informações espalhadas, confiando 100% no que lê. Daí vem fácil uma barrigada (aka erro estúpido no meio do texto).

No jornalismo pop brasileiro, casos assim são mais que frequentes. E a Bizz deste mês, com Axl Rose na capa, tem uma forte.

Na matéria "Pancadão para exportação", a dupla Alex Antunes e Luciano Marsiglia (que também é editor da revista) faz um raio-x sobre as bandas que estão produzindo funk carioca fora dos morros e, mais que frequentemente, fora do Rio de Janeiro – pauta puxada pelo sucesso instantâneo do Bonde do Rolê, recém-chegados de uma turnê na Europa.

Tudo vai bem até o texto citar a banda Os Princesa, de São Paulo, amigos dos Rolê, que nem são tão funk assim para aparecer ali. Vai aspa:

"O paulista Os Princesa tem shows agendados em Londres e no Favela Chic de Paris".

Problema aí é que a revista se fiou nas datas fake que a banda (piadista como manda o figurino da sua geração, ao lado dos Rolê, Cansei de Ser Sexy e Bonde das Impostora) publicou na agenda da sua página no Myspace.

Os membros do grupo, que nem sabiam que iam figurar na matéria, juram que não foram contatados por nenhum dos dois jornalistas. Precisa falar mais?

O espaço aqui, é claro, está aberto para manifestação de Antunes e Marsiglia. Meu e.mail está ali no canto.

Update: Alex Antunes já deu sua palavra aí nos comentários.

Seria melhor o país do pif paf

14/06/06

Uma tira vale mais que mil palavras.
Laerte na Folha de hoje:

Piratas do Tietê, by Laerte

Então é assim: tudo (ou pelo menos este canto de São Paulo) parou só por aquela peladinha?

Que se o Lúcio disse / então é salvação

12/06/06

Lúcio Ribeiro, o jornalista pop-indie que todo mundo adora falar que odeia mas ninguém deixa de ler, caiu fora da Folha/Uol e levou sua Popload para domínio próprio.

Pra quem acompanhava seu agora falecido espaço online, a promessa de transformar a coluna em um blogue é (muito) velha. Mas agora a idéia foi radicalizada e encontrou abrigo no portal iG.

Nos bastidores, os planos de Lúcio são ambiciosos. Oficialmente, no novo site, ele já promete um bocado: posts diários, coluna semanal, podcast com Fábio Massari e um "mapa" do indie nacional. Resta ver se vai dar conta de cumprir.

A coisa toda entrou no ar na sexta, junto com a despedida oficial na Pensata e no pé de página da Folha. O primeiro post oficial, hoje, já é furo: show do Franz Ferdinand, setembro, em São Paulo.

Espero que dê pé, apesar do sistema capenga do Blig. Mas a impressão que bate é que o site entrou no ar às pressas, com muita coisa ainda em teste. Difícil navegar por três links sem dar de cara com um "ipsis literis" genérico, o que é um bocado feio. Exemplo maior é o tal Mapa do Rock. Projeto louvável, já está linkado e disponível, só com conteúdo fake.

Custava ter um pouco mais de calma?

Glória é o cacete

11/06/06

Passei uma semana internado na Marina da Glória, trabalhando. A conclusão: o espaço que é alugado para terceiros é ótimo, com vista para o Pão de Açúcar e o mar e etcetera.

Mas tenho que desabafar. Não há orla à meia luz que salve um mega-evento sem acesso decente. O estacionamento do lugar é uma bagunça, e a organização da cariocada é um conceito à parte. Resultado é que as entradas entopem de carros e táxis em um piscar de olhos, e você demora uns bons vinte minutos para vencer a fila e chegar à porta.

A Marina era cotada como alternativa para o Tim Festival (depois de, em teoria, abandonar o MAM, agora patrocinado pela concorrente Vivo), que já sinaliza repetir o formato de 2005, com a sua maior filial em terras cariocas.

TF no Rio é mais bacana do que em São Paulo – sair dos shows e dar de cara com a paisagem carioca é uma das maiores vantagens. Agora, se os planos se mantiverem, eles vão precisar de muito sangue frio para organizar o trânsito do público por ali.

Ou vai dar merda.

Mais cantora que estilista

10/06/06

Só no Rio de Janeiro você pode ir a um desfile de modas e dar de cara com alguém como Nervoso sentado na primeira fila, ao lado dos VIPs habituais do mundinho fashion. Mas o contexto, ali, fazia sentido: era a primeira apresentação oficial das roupas da cantora-estilista Nina Becker.

Nina Becker, foto Charles Naseh

Nina, mais conhecida pela sua participação no combo Orquestra Imperial (ao lado de Thalma de Freitas e outros oitocentos músicos cariocas), convocou a imprensa e convidados, na manhã deste sábado, para um cenário sui generis: o interior do Teatro Dulcina, ambiente escangalhado em plena Cinelândia. 

Inaugurado na década de 30, a casa já foi ícone da modernidade teatral carioca. Hoje, enqüanto espera uma reforma urgente da prefeitura, é um ambiente derretido e caindo aos pedaços, charmoso para quem gosta e cenário ideal para, hm, "eventos alternativos".

Alternativos como Nina, musa ruiva da música fluminense. Dentro da mega-estrutura do Fashion Rio, entre velhos estilistas e marcas bilionárias, ela é um peixe fora d'água. Uma estilista que é cantora que é designer que é cenógrafa. Sua grife é fruto de hobby, que tenta agora arranjar atenção.

A trilha sonora do desfile foi produzida ao vivo, em um dos raros shows solo de Nina. Ela e sua banda, agora batizada de Super Luxo (Gabriel Bubu, Marcelo Callado, Ricardo Dias Gomes e o essencial Nelson Jacobina), tocaram espalhados nos balcões frontais do teatro.

Continue lendo »

CSS vs Ladytron, II

9/06/06

Lembra daquela história do Cansei de Ser Sexy abrindo para Ladytron por aí? Pois confirmou.

São 25 shows costa a costa nos EUA, com dois no Canadá no meio do caminho, em setembro e outubro. Encerrando a tour, Cidade do México, dia 27/10.

Glória.

All the robots (oh!) descend from the bus

8/06/06

Formô. A Folha reporta que Daft Punk é atração do Tim Festival, em outubro.

Este blogue já falou isso há quase vinte dias. Sem confirmar, que eu não podia. Mas isso não vem ao caso.

Gaiola das loucas

7/06/06

O grande problema de trabalhar cobrindo semanas de moda (como o Fashion Rio, onde estou agora) é que se perde todo o contato com a realidade. O mundo externo não existe.

Em compensação, dá pra aproveitar a oportunidade e fazer o povo prestar atenção em um dos melhores (e mais subestimados) estilistas da nova geração: Melk Zda.

Afinal, Quarto Piso também é crítica de moda.
Hah.

Melk Zda, foto Adelaide Ivánova

Melk Zda – Verão 2007
(publicado originalmente @ Chic)

Entre os estilistas que se apresentam no Fashion Rio, o pernambucano Melk Zda tem o mérito de ser um dos poucos que se preocupa em construir uma identidade própria. Nesse sentido, seu verão pode ser encarado como uma evolução da temporada passada, com suas marcas registradas na passarela. Estão ali as nervuras e os bordados, as sobreposições, as silhuetas elaborada, os detalhes e recortes que gosta de usar. Quando conseguem fugir do branco, os looks são, como sempre, monocromáticos – azuis, verdes, pastel. A única extravagância é a saia com detalhes berrantes, que fica sem se encaixar na coleção. Os vestidões das últimas duas temporadas sumiram, dando lugar a peças mais curtas, godês, com a cintura marcada. Mas mais uma vez, como no inverno, volumes fantasmas sob as saias deformam a silhueta das modelos – continuação do esforço iniciado no inverno por Melk, que gosta tanto de uma roupa estruturada, para produzir uma moda menos colada ao corpo.

Da Billy

6/06/06

Aretha, Quincy e Little Richard.
Let it be e Sgt. Pepper's lonely hearts club band
Sticky fingersExile on main street
Blood on the tracks
There's a riot goin' on
"You are so beautiful", "Outa-space" e mais uma caralhada numa carreira solo invejável. 

Ninguém é chamado de "quinto Beatle" ou vira música de Miles Davis à toa.

Billy Preston

Mas aí, quando você vê, já era.

1990s em São Paulo, já já

6/06/06

Eita. O falatório não era novo, coisa do mês passado, mas eu não achava que seria tão rápido. Pois comi a língua e taí: 1990s toca em São Paulo daqui a 12 dias.

Rapaz, é o hype mais instantâneo que eu já vi.

Os escoceses fecharam o domingo 18/06 do (ótimo) 2em1, anúncio de ontem. Show de abertura fica por conta do Grenade, de Londrina, o que é sempre bom.

Anotou? Pois.

Efe

6/06/06

Propaganda desvairada para a revista mais genial (e mais barata, eu diria) desses dias.

F.

A F. conseguiu lançar seu # 04, agora via Conrad. Não vi na banca ainda, mas já dá pra comprar no site da editora.

Diz que tem festa de lançamento amanhã em São Paulo, no São Cristóvão, quintal de casa. Eu não vou, daqui a pouco estou no Rio – onde tem coisa também, quinta, na nova La Cucaracha.

Tudo às 19h. De dias diferentes, tiliga.

Jennifer Beals, doméstica

5/06/06

Às vezes, pintam propagandas legais na lama da publicidade brasileira para TV.

O hit da vez é a de uma cera de chão, paródia das danças oitentinhas de Jennifer Beals em Flashdance, via Loducca. Nunca o refrão "She's a maniac / maniac on the floor" foi tão espirituoso.

Dá pra ver no Youtube (claro).

Cinzeira danada

5/06/06

Segunda-feira malhada, o fim-de-semana passou com uma mega nuvem negra por cima do canto de cá do país. A zica vai:

. Tudo começou com o flop-Vegas, ainda na tarde de sexta. Assunto velho, mas que tem ramificações três tópicos abaixo.

. No sábado, faleceu o querido Antonio Salomão. Câncer. Há quem não goste do seu conteúdo, mas é preciso respeito. Principalmente pelo bom-humor incessante.

. Domingo, Rodrigo Netto, guitarrista dos Detonautas Roque Clube, morreu assassinado no Rio de Janeiro. Tentando salvar a avó, disse o irmão. O vocalista Tico postou manifesto no site oficial – com sua usual eloqüência -, pedindo "reflexão coletiva". Brutalidade, nem dá pra levar em conta se a banda é tão superestimada quanto parece ser. Quem conheceu o rapaz, garante que era do bem.

. À noite, o trio inglês Eclectic Method tocou de graça no Lov.e (eu avisei). No fim da festa, a vergonha nacional: roubaram o case de DVDs com todo o trabalho irrecuperável dos gringos. Qualé? Claudia Assef avisa no Rraurl que tem recompensa de R$ 10 mil pelo material.

Como ela mesma disse: bruxa solta.

Mania de figurinhas

5/06/06

Depoimento do dono de uma banca de jornais não muito grande em uma área não muito central de São Paulo: "Dia sim, dia não, eu recebo 50 desses álbuns da Copa do Mundo. Não duram 24 horas".

Dá-lhe.

Clarah, o filme

5/06/06

Clarah Averbuck avisa, em novo blogue, que acabaram as filmagens da cinebiografia sobre ela mesma (e seus livros, o que dá na mesma): Uma história real, direção de Murilo Salles e com Leandra Leal como protagonista.

A peça de teatro baseada em Máquina de pinball, seu primeiro livro, foi uma bomba com B maiúsculo. Espero que o filme resulte um tantinho melhor.

É engraçado receber uma notícia dessa poucas semanas antes de Fante, querido de Clarah, chegar aos cinemas na pele do canastrão Colin Farrell.